sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Série The Dumont Diaries - Alessandra Torre

 Livro 1 - To Have


As luzes se tornaram uma espécie de cobertor, me envolvendo em seu calor, protegendo-me de tudo o que está lá fora para me machucar. Elas escondem os rostos que me encaram, os olhos que seguem o meu movimento. Eu costumava olhar de soslaio quando elas vinham, abaixava a minha cabeça para evitar o brilho. Mas evitar o brilho, revelava o mundo por trás das luzes, e é um mundo que eu não quero ver.
Dois anos atrás, o nosso gerente decidiu tirar as luzes. O brilho intenso delas estava expondo muitas falhas - a celulite e flacidez não ficavam bem no foco gritante dos holofotes. Apelei para seu bom senso, de joelhos em seu
escritório, a minha boca em seu pênis. E assim - no meu caso - quando eu piso no palco, as luzes ainda acendem, trazendo o brilho de negação que nublam esse mundo, me permitindo imaginar outro.


Livro 2 - To Hold


Quando Jennifer Kinsley aparece no braço de Nathan Dumont, toda a sociedade de Palm Beach presta atenção. A noiva bonita de Dumont é o retrato da graça, décadas de melhoramento irradiam uma estrutura fina vinda seu Chanel vintage elegante. Mas, apesar da poderosa máquina que é o Google, ninguém consegue encontrar sua história familiar, seus colegas de escola, ou seus caros segredos escondidos em armários de alta costura. Jennifer Kinsley é um mistério, arrancada da obscuridade e colocada no braço de Nathan Dumont, herdeiro do império de transporte Dumont. Tudo o que a imprensa, ou os telespectadores em casa podem determinar é que este é um casal que está loucamente e profundamente apaixonado. Tudo o que é preciso é um olhar nos olhos de Dumont para saber que este Playboy encontrou sua alma gêmea.
-New York Times, edição de verão, repórter Hank Wallace.
É tudo uma mentira. Cada parte do meu dia, seja na frente da câmera ou em casa. Casa. Uma palavra horrível para esta estrutura de dez mil metros quadrados de vidro e pedra. Lar é onde o meu coração é arrancado, pisoteado e então remendado com band-aids caros, batendo um pouco mais fraco a cada ciclo. Lar é onde eu o espero retornar, e odeio quando escuto o carro dele chegando.


Livro 3 - Till Death


Jennifer Dumont, da famosa família Dumont Shipping, morreu em um incêndio no sábado, de causa desconhecida segundo a imprensa. Nathan Dumont, o notório playboy que fez seus próprios milhões na construção civil, falou em nome da família. — Eu amava Jennifer mais do que eu já amei outra alma neste planeta. Sua morte deixa um buraco no meu coração que nunca será preenchido. Os Dumonts foram atormentados com a tragédia na última década; o mais velho, Élder Dumont, foi morto em um acidente de avião, há seis anos. Em vez de flores, Nathan Dumont pediu que as doações fossem feitas em
nome de Jennifer para a Cruz Vermelha, uma instituição de caridade que a bela jovem mantinha perto de seu coração.
-New York Times, edição de domingo, de 26 de junho, repórter Francine Lott.


Livro 4 - Do us Part


Eu não pedi o coração dela. Eu não pedi pelos seus olhos suaves, beijos carentes e expectativas. Eu precisava de uma data de nascimento. 6 de junho de 1984. Eu precisava de uma data de nascimento, e fora as três possibilidades, ela
era a ideal. Ela estava em uma situação desesperadora o suficiente para permitir que a sua vida fosse manipulada.
Levou três cidades, três abordagens, antes que desse certo - antes que u m acordo fosse assinado e os votos fossem trocados. Sim, foi muito trabalhoso. Valeu a pena os cinquenta milhões de dólares em jogo. Eu precisava desse dinheiro de volta. Eu precisava saber que eu tinha recuperado o controle do meu destino. Eu precisava saber que uma parte de mim estava inteira mais uma vez.
 O diário de Nathan Dumont

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